sexta-feira, 19 de agosto de 2016

No futebol feminino as lutas e conquistas são diárias



Parabéns ao futebol feminino brasileiro. Ficaram em quarto lugar nas olimpíadas do Rio de Janeiro. E é sim uma grande conquista. No Brasil, a luta e a busca por conquistas no futebol feminino são diárias. E ainda falta muito, principalmente em um país em que o direito de praticar a modalidade foi negado por décadas às mulheres. Aqui, o futebol feminino só deixou de ser proibido por lei em 1979. Mas a falta de incentivo e preconceito ainda são desafios a serem enfrentados pelas jogadoras de futebol até hoje. Por isso é muito importante destacar esta conquista. O Futebol feminino só entrou como modalidade olímpica em 1996, nas Olimpíadas de Atlanta (EUA), e de lá pra cá nossa seleção já ganhou duas medalhas de prata. Sempre com boas campanhas, apesar das dificuldades. Na luta diária do futebol feminino é muito importante a visibilidade que se ganha com uma disputa olímpica, que é quando torcedoras e torcedores, brasileiras e brasileiros, se empolgam com o grande desempenho da seleção. Mas, para você ter uma ideia, semana que vem começa a Copa do Brasil de futebol feminino. Empolgado, Depois desta campanha olímpica da seleção e o fato de ultimamente está acompanhando as transmissões das competições de futebol feminino na TV Brasil, emissora pública, fui conferir a tabela da competição. Vi que na quarta-feira (24) vai ter a estreia do time feminino do Clube Náutico Capibaribe contra o Botafogo da Paraíba, no Estádio dos Aflitos. Já tava me organizando para ir prestigiar as jogadoras do meu clube. Então, vi que o horário da partida é às 15h. Jogo de tarde em pleno meio da semana. Você viu falar alguma coisa sobre esta Copa mesmo depois dessa campanha da seleção? Você viu a grande mídia divulgar essa competição aproveitando a empolgação da torcida com a modalidade esportiva praticada por mulheres? Pois é, para você ver o descaso com o futebol feminino brasileiro. 

Ao final das olimpíadas, Marta, eleita 5 vezes a melhor jogadora do mundo e a maior artilheira de todos os tempos com a camisa brasileira, incluído mulheres e homens, pediu, emocionada, ao povo brasileiro para não deixar de apoiar o futebol brasileiro.

Que este apoio cresça. Que o movimento de luta e libertação pelo futebol feminino se fortaleça cada vez mais, ganhe cada vez mais adeptas e adeptos, e conquistem seus direitos mesmo diante de todo esse contexto excludente. Pois, como disse Paulo Freire, pedagogo das oprimidas e dos oprimidos, “Nossa luta de hoje não significa que necessariamente conquistaremos mudanças, mas sem que haja luta, hoje, talvez as gerações futuras tenham de lutar muito mais. A história não termina em nós: ela segue adiante.” Parabéns para todas as jogadoras guerreiras do Brasil e que, unidas, conquistem cada vez mais mudanças. Futebol feminino resiste!


* Com açúcar e com afeto: Esse texto do site Trivela fala um pouco destas lutas e conquistas diárias que o futebol feminino tem que enfrentar há décadas: http://trivela.uol.com.br/o-futebol-feminino-ja-foi-proibido-ate-pela-lei-brasileira-mas-segue-na-luta-pela-emancipacao/