domingo, 29 de janeiro de 2017

No futebol, ninguém perde todo mundo ganha


Em um domingo desses, de futebol, de clássico pernambucano, acordei de manhã cedo, coloquei a camisa “retro” do Timbu Coroado e fui até a padaria tomar o café da manhã. No meio do caminho, encontrei um tricolor, também devidamente uniformizado e com expectativa grande para mais um “Clássico das Emoções”. A expectativa era equivalente à minha, mesmo ele sendo de uma geração bem diferente. O tricolor, claro, veio me cumprimentar, pois deve ter identificado um torcedor apaixonado pelo seu time, mesmo sendo um rival.

Ao me cumprimentar, o senhor tricolor me fez uma pergunta dificílima de responder, pois tinha acabado de fazer um novo amigo por causa do futebol: e hoje, quem ganha, eu ou você? Naquele momento, nenhum de nós gostaria de saber quem venceria aquela partida; se tivesse escolhido um de nós, ou eu ou ele não iria gostar da resposta. Então, cordialmente, disse ao meu novo amigo do futebol que quem ganharia com aquele jogo de logo mais seríamos nós dois. Assim, tanto ele quanto eu, escutamos o que queríamos. Que sairíamos ganhando. Resultado da nossa conversa: abrimos juntos uns sorrisos desses bem espontâneos, feito de criança, e seguimos para mais um domingo de futebol, para mais um domingo de alegria, para mais um domingo de diversão, para mais um domingo de soltar o grito de expressão e de amor pelo seu clube. Em seguida, lembrei-me de uma frase do livro “Futebol ao Sol e à Sombra”, de Eduardo Galeano, "Ganamos, perdimos, igual nos divertimos". As gréias, as resenhas, as brincadeiras, os amigos e os sorrisos que o futebol nos apresenta nos permite desviar dos problemas e das coisas que nos preocupam no dia a dia. Refletindo, cheguei à conclusão que, no futebol, ninguém perde todo mundo ganha, porque a gente se diverte.