domingo, 31 de agosto de 2014

Frases espalhadas pelos estádios

Nos estádios do Brasil, jogadores do movimento Bom Senso Futebol Clube exibiram faixas em protesto por um futebol mais democrático:

“Por um futebol melhor para todos”

“Amigos da CBF: e o Bom Senso?”

domingo, 17 de agosto de 2014

A Redenção


Moacir Barbosa, goleiro da seleção brasileira de 1950


O goleiro Júlio César foi crucificado por sua falha em 2010 na Copa do Mundo na África do Sul durante a partida das quartas de finais contra Holanda que tirou a seleção Brasileira da competição. Em 2014, na Copa do Mundo no Brasil, Júlio César ganhou outra chance como guarda redes da seleção. Nas oitavas de final, no jogo contra o Chile, o goleiro teve sua oportunidade de redenção depois que o Brasil empatou com os chilenos e a decisão foi para os pênaltis. Naquele momento Júlio César se transformou na “Pátria de Luvas” e os olhos se voltavam para o goleiro e ele agarrou a oportunidade de se redimir com a torcida brasileira pegando duas penalidades. Após esse fato, mesmo levando 7 gols no jogo contra a Alemanha não foi considerado o grande culpado pela derrota. 

Depois fiquei pensando, e se Barbosa, goleiro da copa de 1950, disputada também no Brasil, tivesse a chance de se redimir após a derrota para o Uruguai que ficou conhecida como Maracanazo? Como bem lembra Eduardo Galeano no livro "Futebol ao Sol e à Sombra", o brasileiro Moacir Barbosa era chamado de pernas com molas e foi apontado pelos jornalistas que cobriam o Mundial de 50 como o melhor goleiro daquela competição e continuou sua carreira com excelência até parar de jogar com mais de 40 anos. "Mas naquela final de 50, o atacante uruguaio Ghiggia o tinha surpreendido com um chute certeiro da ponta direita. Barbosa, que estava adiantado, deu um salto para trás, tocou na bola e caiu. Quando se levantou, certo de que havia desviado o chute, encontrou a bola no fundo da rede", descreve Galeano sobre o segundo gol do Uruguai e que colocaria o Brasil em lágrimas. Barbosa foi acusado de ter falhado ao levar o segundo gol daquela partida e nunca foi perdoado. “No Brasil, a pena maior por um crime é de 30 anos. Há 43 anos pago por um crime que não cometi”, comentou Barbosa sobre o assunto.

Fico pensando,  e se Barbosa tivesse a chance de sua redenção? A história poderia ter sido outra.




* Algumas informações deste texto foram retiradas do livro "Futebol ao Sol e à Sombra" do escritor uruguaio Eduardo Galeano

Imagem retirada daqui

domingo, 10 de agosto de 2014

A Copa no País do Futebol

O Coletivo Futebol Clube deu uma pausa para se concentrar nas partidas da Copa do Mundo e depois do choque de ter que encarar os jogos do brasileirão está de volta. Para recomeçar, vamos lembrar um pouco daquela que foi chamada de Copa das Copas, a Copa do Mundo no País do Futebol.
Pois bastou à bola rolar logo na abertura para o mundo perceber que a seleção Brasileira estava longe de ser aquela que ganhou a Copa das Confederações há um ano e muito mais longe de ser o Brasil penta campeão. A seleção não encantava durante a competição que era jogada em sua casa, o time não conseguiu formar um padrão de jogo durante o campeonato e os jogadores não estavam tão inspirados com exceção de Neymar, mesmo que só em alguns momentos, e Júlio César, que garantiu uma classificação nas penalidades. Parecia uma “Crônica de uma Morte Anunciada”. Mas mesmo assim a confiança no hexa estava grande entre os brasileiros. O doutor Sócrates Brasileiro dizia que o futebol por ser uma arte, e não uma competição, vale a beleza, pois, nessa arte, o feio pode superar o belo, e o time fraco pode até vencer, e vencer legalmente, às vezes por influência do acaso. Talvez por isso acreditássemos que o Brasil pudesse vencer mesmo longe de apresentar o futebol arte de outras épocas, jogado até pelo próprio Sócrates e seus companheiros, que não foi campeão, é verdade, mas encantou o mundo nas copas de 82 e 86. E se o acaso às vezes entra em campo no futebol, nesta copa ele até que jogou do nosso lado como naquela bola do Chile no último minuto da prorrogação que parou na trave e garantiu a decisão nos pênaltis com o goleiro brasileiro Júlio César inspirado. É, mas no País do Futebol não seria justo que o futebol feio vencesse. E na semifinal o futebol bonito, o futebol coletivo ganhou de goleada, 7x1 para os alemães que encantaram o mundo com bons jogos durante a competição. Depois, na final, veio a consagração, 1x0 em cima da Argentina, mesmo os hermanos dando trabalho e o jogo indo para a prorrogação.
E acho que já estava escrito, no país do futebol tinha que ganhar o time que apresentou o futebol mais bonito.