sábado, 30 de novembro de 2013

O mundo da bola um dia castiga




Não é nenhuma novidade jogador brasileiro que já vestiu a camisa “canarinha” e depois foi vestir a camisa de outra seleção. José João Altafini, conhecido como “Mazzola”, já havia conseguido essa façanha jogando a Copa de 1958, pelo Brasil, país onde nasceu, e em 1962, pela Itália, país onde jogou quase 20 anos.

Esse ano, outro brasileiro poderá defender outra seleção depois ter jogado com a "canarinha". O sergipano Diego Costa já vestiu a camisa da seleção brasileira de futebol em dois amistosos e o técnico Luiz Felipe Scolari sinalizou que o convocaria para os próximos, mas o atacante do Atlético de Madrid conseguiu a nacionalidade espanhola em julho deste ano e tornou-se elegível para defender a “La Roja”, seleção do país onde o atacante construiu a sua carreira profissional.


Com essa possibilidade, por não ter jogado nenhum jogo oficial pelo Brasil, o hispano-brasileiro Diego Costa oficializou em documento o seu desejo de estar à disposição para defender a Espanha. Por aqui, a torcida brasileira ficou dividida, uns o chamaram de antipatriota e outros o apoiaram por escolher defender o país que o acolheu. O jogador já chegou a até ser convocado pelo técnico Vicente del Bosque depois desse episódio, mas foi cortado por conta de uma lesão.

Esse episódio me faz lembrar outro que também aconteceu esse ano, quando o coordenador técnico da Seleção Brasileira Carlos Alberto Parreira, em entrevista a Rádio CBN, comentou sobre a sua orientação ao técnico das seleções de base, Alexandre Gallo, para que procurasse escolher atletas dos “grandes” clubes do País, como os do Sul e do Sudeste. Segundo Parreira, não houve restrição para a convocação, mas afirmou que o jogador formado em clubes da “primeira linha” teria a preferência. O coordenador técnico disse também que a CBF não é formadora de jogadores, e sim formadora de equipes que vão disputar competições. Portanto, Gallo deveria escolher os jogadores desses times, que é onde, normalmente, segundo Parreira, estão os “melhores”.

Pois bem, Diego Costa, nordestino, nascido em Largato, Sergipe, não teve a oportunidade de ser “formado” aqui no Brasil, foi à Espanha e agora escolheu defender a seleção do país que o acolheu e o “formou” profissionalmente no mundo da bola. E agora a comissão técnica da Seleção Brasileira faz biquinho para atitude do jogador.

Quantos “Diegos Costas” vão precisar sair do país para ter oportunidade no futebol brasileiro? Será mesmo que a CBF não tem responsabilidade na formação dos jogadores? Será que a CBF é isenta de toda essa desigualdade dos clubes entre as regiões?


É, o mundo bola um dia castiga.


Um comentário:

  1. pois é, o quanto essas decisões "de cima" estão carregadas de preconceitos, né? vergonha alheia

    --
    Cássia

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