quinta-feira, 8 de maio de 2014
Um pequeno passo para uma mulher... um grande passo para o futebol
Ao anunciar Helena Costa como sua treinadora para a segunda divisão da França, o Clermont talvez esteja dando um passo que vai além do sucesso nos campos e pode significar uma mudança no que chamaria de “logística” machista do futebol.
Outros casos semelhantes (ver aqui), inclusive no Brasil (ver), já ocorreram. No entanto, nunca com essa relevância. Caso tenha sucesso (tem minha torcida), em 2015 Helena poderá estar treinando uma equipe da Ligue 1, contra times importantes como PSG, Monaco, Lyon, etc.
Que o futebol é um meio altamente machista já se sabe, inclusive já falei um pouco aqui. Porém, o fato de não existir (pelo menos sem grande relevância) uma mulher como treinadora de futebol masculino é algo que vai além do machismo puramente (o que já é horrível), e passa a ser uma espécie de segregação profissional, que, óbvio, só funciona contra as mulheres.
Pode-se pensar... pensar... pensar... e não haverá um bom argumento contra uma mulher como treinadora de um time masculino que não caia no machismo. Por exemplo, não creio que a Silvia Neid (eleita duas vezes melhor treinadora do mundo), entenda menos de futebol ou seja pior treinadora que um técnico alemão mediano, que, mesmo o futebol feminino sendo mais valorizado na Alemanha, terá um salário maior que o dela. Para se ter ideia, em média a Neid ganha 700 mil euros por ano, como comparação, em 2013, o 20° técnico com maior salário no mundo, Abel Braga, ganhava cerca de 20. Abel 3,5 milhões de euros anuais.
Então, como em 90% dos países (talvez não na Noruega e Suécia) o futebol masculino é mais valorizado, não há motivos, como falei antes, para a mulher não entrar neste mercado, competência não faltaria. Por isso, torço para que a Helena tenha sucesso, que seu pequeno passo a beira de um gramado na França, signifique outros vários passos numa maior igualdade no futebol.
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