quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

A Copa é do Mundo!



2014 é ano Copa. Então, com certeza teremos os chatos da meritocracia (ou algo do tipo) vuvuzelando argumentos como:

“Essa Copa têm muita seleção fraca”
“Para que Honduras, Bosnia, Argélia?”
“A Copa deveria ter menos seleções. E assim, o nível técnico seria maior”


E o mais absurdo de todos. “A Copa deveria ter seleções da América, Europa e umas três dos outros continentes, só” (via Flávio Prado).

Enfim o argumento é sempre de que a Copa tem muita seleção fraca que tecnicamente não ajuda em nada. ÓTIMO!!! Será que eles esquecem que à Copa é do MUNDO. E sendo assim, todos os continentes merecem um número condizente de seleções. Ou alguém acha que o torcedor de Honduras acha que o time vai ser campeão. Para ele, disputar essa Copa, ver seu hino tocado, já vale como uma conquista. E particularmente prefiro a alegria de um Hondurenho (só como exemplo) simples e que ficará feliz se sua seleção fizer no mínimo um gol nessa competição, à arrogância de torcedores de seleções “grandes”, inclusive o Brasil (representados pela mídia). Certa vez o escritor Eduardo Galeano em relação à competição falou que a Copa do Mundo colocou o Uruguai (seu país), antes apenas um ponto no mapa, em evidência, é como se eles passassem a existir.



Deve-se lembrar que um torneio desses é além de tudo um fator social, como foi em 2006, onde para os debutantes angolanos, os jogos eram um mero detalhe, o que valia mesmo era a participação de um país que anos antes foi arrasado por uma guerra civil. E para eles, a emoção do gol de Flavio no empate contra o Irã foi como uma levantar a taça. E também como bonito e importante seria futuramente o Haiti, Iraque, Afeganistão, Vietnã, etc. disputarem uma Copa, como isso traria orgulho e alegria, algo escasso atualmente, para esses povos que tanto sofreram, curiosamente, com a empáfia dos “poderosos” que são (em sua maioria) os mesmos que atualmente querem privar o sonho de um povo; e possuem defensores na mídia para isso. Até a ambição deles é de uma copa européia mais Brasil e Argentina e com a mendicância de vagas para os outros continentes.

E isso não significa que as pessoas desses países seriam “anestesiados” pela competição. Não. É apenas a oportunidade de ver seu país colocado em evidência e relevância para todo o mundo, até mais que as Olimpíadas. Ou alguém conhece o principal atleta da Argélia?. No entanto, na Copa, o mundo estará por no mínimo 90 minutos vendo a “camisa da Argélia” em campo e de certa forma conhecendo mais suas tradições e história.

Além disso, outro fator importante de uma Copa é a torcida. Como foi no passado a da Jamaica, Camarões, Costa do Marfim, Suécia, etc. É a alegria de um gol, como foi o de Angola em 2006, o de Senegal vencendo a ex-colonizadora França em 2002, os do Irã na vitória sobre os E.U.A em 1998 ou até mesmo o de El Salvador na derrota por 10 x 1 para Hungria na Copa de 1982, fazendo com que Luis Ramírez (autor do gol) se tornasse ídolo no País da América central.

Só veremos futebol de nível mesmo após as quartas de finais. Aí é que a competição de verdade é colocada em campo. Antes, ela é global e democrática (assim como deveria ser o futebol em geral) onde poderemos ver os “menores”. E melhor, dar a oportunidade deles vencerem os “maiores”, algo que infelizmente não acontece nos outros meios da nossa vida.

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