domingo, 7 de setembro de 2014

[Frases nos Estádios de Futebol]

Nos estádios brasileiros, durante a Copa do Mundo de 2014,
 jogadores das seleções mundiais levantaram a faixa: 

“Say No To Racism”

No Estádio Mineirão, durante a partida entre Cruzeiro e Universidad do Chile pela Copa Libertadores da América 2014, torcedores cruzeirenses exibiram a faixa:

“#Diganãoaoracismo”
No Estádio de Pituaçu, durante a partida do Campeonato Baiano de 2014, o torcedor do Vitória exibe a faixa:

“O Futebol precisa de raça, NÃO de RACISTAS”

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Que a punição ao Grêmio não seja o início do "vagão rosa" no futebol


De início, deixo claro. Não tenho nada contra a punição ao Grêmio, de exclusão da Copa do Brasil, por atos racistas de parte da sua torcida. É uma punição dura. Mas, em tese, com a melhor das intenções. E o argumento de que “o Grêmio foi usado como bode expiatório” não é tão justo, pois, é aquela coisa, para que se ocorra algo é preciso que aconteça o primeiro passo. Foi com o Grêmio. Poderia ser com outro time. 

No entanto, volto a externar a mesma preocupação que tive em relação ao caso do Real Garcilaso (ver aqui), que é passar a ideia de: “Dentro do campo não posso ser racista. Mas, da porta pra fora, tudo bem”. Como alguém comentou logo após o caso na Arena Gremista: “O racismo faz parte do nosso dia-dia e pouco se comenta e tem a mesma repercussão do que houve nesse caso”. O objetivo não é relativizar esse caso, e sim, o fato de, talvez (espero estar errado), começarmos a definir locares onde “pode” ou “não pode” ser racista. Que, inclusive, é crime inafiançável.

domingo, 31 de agosto de 2014

Frases espalhadas pelos estádios

Nos estádios do Brasil, jogadores do movimento Bom Senso Futebol Clube exibiram faixas em protesto por um futebol mais democrático:

“Por um futebol melhor para todos”

“Amigos da CBF: e o Bom Senso?”

domingo, 17 de agosto de 2014

A Redenção


Moacir Barbosa, goleiro da seleção brasileira de 1950


O goleiro Júlio César foi crucificado por sua falha em 2010 na Copa do Mundo na África do Sul durante a partida das quartas de finais contra Holanda que tirou a seleção Brasileira da competição. Em 2014, na Copa do Mundo no Brasil, Júlio César ganhou outra chance como guarda redes da seleção. Nas oitavas de final, no jogo contra o Chile, o goleiro teve sua oportunidade de redenção depois que o Brasil empatou com os chilenos e a decisão foi para os pênaltis. Naquele momento Júlio César se transformou na “Pátria de Luvas” e os olhos se voltavam para o goleiro e ele agarrou a oportunidade de se redimir com a torcida brasileira pegando duas penalidades. Após esse fato, mesmo levando 7 gols no jogo contra a Alemanha não foi considerado o grande culpado pela derrota. 

Depois fiquei pensando, e se Barbosa, goleiro da copa de 1950, disputada também no Brasil, tivesse a chance de se redimir após a derrota para o Uruguai que ficou conhecida como Maracanazo? Como bem lembra Eduardo Galeano no livro "Futebol ao Sol e à Sombra", o brasileiro Moacir Barbosa era chamado de pernas com molas e foi apontado pelos jornalistas que cobriam o Mundial de 50 como o melhor goleiro daquela competição e continuou sua carreira com excelência até parar de jogar com mais de 40 anos. "Mas naquela final de 50, o atacante uruguaio Ghiggia o tinha surpreendido com um chute certeiro da ponta direita. Barbosa, que estava adiantado, deu um salto para trás, tocou na bola e caiu. Quando se levantou, certo de que havia desviado o chute, encontrou a bola no fundo da rede", descreve Galeano sobre o segundo gol do Uruguai e que colocaria o Brasil em lágrimas. Barbosa foi acusado de ter falhado ao levar o segundo gol daquela partida e nunca foi perdoado. “No Brasil, a pena maior por um crime é de 30 anos. Há 43 anos pago por um crime que não cometi”, comentou Barbosa sobre o assunto.

Fico pensando,  e se Barbosa tivesse a chance de sua redenção? A história poderia ter sido outra.




* Algumas informações deste texto foram retiradas do livro "Futebol ao Sol e à Sombra" do escritor uruguaio Eduardo Galeano

Imagem retirada daqui

domingo, 10 de agosto de 2014

A Copa no País do Futebol

O Coletivo Futebol Clube deu uma pausa para se concentrar nas partidas da Copa do Mundo e depois do choque de ter que encarar os jogos do brasileirão está de volta. Para recomeçar, vamos lembrar um pouco daquela que foi chamada de Copa das Copas, a Copa do Mundo no País do Futebol.
Pois bastou à bola rolar logo na abertura para o mundo perceber que a seleção Brasileira estava longe de ser aquela que ganhou a Copa das Confederações há um ano e muito mais longe de ser o Brasil penta campeão. A seleção não encantava durante a competição que era jogada em sua casa, o time não conseguiu formar um padrão de jogo durante o campeonato e os jogadores não estavam tão inspirados com exceção de Neymar, mesmo que só em alguns momentos, e Júlio César, que garantiu uma classificação nas penalidades. Parecia uma “Crônica de uma Morte Anunciada”. Mas mesmo assim a confiança no hexa estava grande entre os brasileiros. O doutor Sócrates Brasileiro dizia que o futebol por ser uma arte, e não uma competição, vale a beleza, pois, nessa arte, o feio pode superar o belo, e o time fraco pode até vencer, e vencer legalmente, às vezes por influência do acaso. Talvez por isso acreditássemos que o Brasil pudesse vencer mesmo longe de apresentar o futebol arte de outras épocas, jogado até pelo próprio Sócrates e seus companheiros, que não foi campeão, é verdade, mas encantou o mundo nas copas de 82 e 86. E se o acaso às vezes entra em campo no futebol, nesta copa ele até que jogou do nosso lado como naquela bola do Chile no último minuto da prorrogação que parou na trave e garantiu a decisão nos pênaltis com o goleiro brasileiro Júlio César inspirado. É, mas no País do Futebol não seria justo que o futebol feio vencesse. E na semifinal o futebol bonito, o futebol coletivo ganhou de goleada, 7x1 para os alemães que encantaram o mundo com bons jogos durante a competição. Depois, na final, veio a consagração, 1x0 em cima da Argentina, mesmo os hermanos dando trabalho e o jogo indo para a prorrogação.
E acho que já estava escrito, no país do futebol tinha que ganhar o time que apresentou o futebol mais bonito.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Está em suas mãos proteger nossas crianças





Após 64 anos da Copa de 50, nosso país sediará novamente a Copa do Mundo da FIFA. A lembrança da competição por aqui não é tão boa, pois a seleção brasileira perdeu o titulo na final para os Uruguaios diante do Maracanã lotado. O episódio ficou conhecido mundialmente como Maracanazo.

Que bom seria se a nossa preocupação da Copa de 2014 no Brasil fosse só evitar um outro Maracanazo, até porque a seleção brasileira já desperta confiança do torcedor. Mas, infelizmente, as nossas preocupações estão longe disso. Desde que iniciou os preparativos para sediar esse megaevento esportivo foi registrado o aumento de várias violações de Direitos Humanos. Um dos principais desafios é o de proteger nossas crianças e adolescentes, que, com a realização desse megaevento no país, os riscos podem ser agravados. A grande concentração de pessoas em um mesmo local e a maior exposição de meninos e meninas a situações facilitam a ocorrência de violências como o trabalho infantil, a exploração sexual, a negligência e o aumento do consumo de álcool e drogas. Nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo da FIFA 2014, por exemplo, já ocorrem casos de violência contra Crianças e Adolescentes. Dados do Disque 100 mostram que, entre maio de 2003 e março de 2011, foram recebidas 27.664 denúncias de exploração sexual nessas capitais (Relatório do Disque 100, 2013).

Para combater essas violações de direitos, medidas de prevenção e enfrentamento da violência estão sendo imprescindíveis no contexto da Copa do Mundo da FIFA 2014. Os preparativos para a Copa têm contribuído para que diversas ações na área de proteção sejam implementadas, como é o caso da criação de Comitês Locais para os megaeventos. Essas ações contribuem para o fortalecimento do Sistema de Garantia de Direitos brasileiro.

Também neste contexto de Copa do Mundo no Brasil o UNICEF lançou a campanha de comunicação "Está em suas mãos proteger nossas crianças", como forma de responder e prevenir casos de violência contra crianças e adolescentes. A campanha tem como principal objetivo mobilizar tanto brasileiros como turistas estrangeiros em favor do direito de cada criança a ser protegida da violência e da discriminação e reduzir a tolerância em relação à violação desses direitos.





A campanha não apenas apresenta informação, mas oferece uma ferramenta concreta para que as pessoas possam denunciar a violência: o aplicativo "Proteja Brasil". O app está disponível para iPhone e celulares com sistema Android nas versões em português, inglês e espanhol. Pode ser baixado gratuitamente na Apple Store e no Google Play (basta procurar por "Proteja Brasil"). Quem baixar o aplicativo "Proteja Brasil" se transforma em um grande aliado do UNICEF no combate global à violência contra crianças e adolescentes. O app oferece informações em todas as 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal e suas regiões metropolitanas. Se o usuário estiver fora da área de cobertura, deve discar 100 para fazer sua denúncia. Com esse app, o usuário terá na mão telefones, endereços e o caminho mais fácil para chegar às organizações especializadas para encaminhar sua denúncia. Outras informações sobre o aplicativo no site www.protejabrasil.com.br.

O Coletivo Futebol Clube apóia a campanha e já “está em nossas mãos proteger nossas crianças” #ProtejaBrasil .



segunda-feira, 12 de maio de 2014

Frases espalhadas pelos estádios


No estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro:

O Maraca é nosso, fora Odebrecht!

Também no Maracanã, dois dançarinos que participavam da cerimônia de encerramento da Copa das Confederações 2013, antes do jogo Brasil e Espanha, exibiram a faixa de protesto:

Imediata anulação da privatização do Maracanã

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Um pequeno passo para uma mulher... um grande passo para o futebol


Ao anunciar Helena Costa como sua treinadora para a segunda divisão da França, o Clermont talvez esteja dando um passo que vai além do sucesso nos campos e pode significar uma mudança no que chamaria de “logística” machista do futebol.

Outros casos semelhantes (ver aqui), inclusive no Brasil (ver), já ocorreram. No entanto, nunca com essa relevância. Caso tenha sucesso (tem minha torcida), em 2015 Helena poderá estar treinando uma equipe da Ligue 1, contra times importantes como PSG, Monaco, Lyon, etc.

terça-feira, 6 de maio de 2014

O Direito à Liberdade nos Estádios



Antes de entrar de fato no assunto proposto aqui no texto é interessante fazer uma pequena recapitulação de como o tema direito à liberdade está previsto na Constituição Federal Brasileira. O Artigo 5º indica que Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. O artigo 1º proclama como fundamentos para um Estado Democrático de Direito, no inciso IV: promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. E, por fim, o Artigo 4º, no inciso II aponta: prevalência dos direitos humanos.

A Constituição Federal proclamada em 1988 foi criada para assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos e é valida em todo território Nacional, incluindo também, claro, os estádios de futebol. Digo isso porque o ano de 2013 ficou marcado por muitos casos de homofobia envolvendo o esporte.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Em busca da torcida perfeita



Não há nada como assistir um jogo no estádio de futebol e se for clássico ou final, melhor ainda. Isso é inegável. O clima do jogo, a cadeia de emoções que podem variar a cada segundo de raiva para alegria, para decepção e depois alegria de novo. Enfim, inigualável. 

Muitos podem falar “ahh mas é violento”, sim, assim como a sociedade em geral. “Ahhh mas não tem estrutura”, já falei sobre isso aqui, mas mesmo com, em alguns casos, a falta de estrutura, a emoção geral de ir para uma partida (salve exceções) compensa. Já escrevi sobre torcidas e futebol algumas vezes (aquiaqui eaqui). Porém, abordei mais precisamente o assunto “torcidas” no texto, “ Torcida no Brasil não serve para nada” de dois anos atrás. E é meio baseado nele que falarei hoje, porém  fazendo uma mea culpa.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Uma partida de futebol onde o objetivo é perder? Isso pode acontecer em breve


Se tem algo que une toda e qualquer torcida (menos a do Ibis, talvez) é o desejo de ver seu time vencer. Existem algumas exceções, como as famosas “entregadas” para atrapalhar um rival local. Um exemplo recente foi a torcida do São Paulo torcendo para o Ituano vencer o tricolor, e com isso, prejudicar o Corinthians. Tivemos outros casos (você pode ver aqui, aqui e aqui).

Porém, em todos esses acontecimentos, em nenhum momento as equipes entraram abertamente com o intuito de perder, vendo isso como planejado e necessário. Era algo que fazia parte apenas (em tese) da rivalidade popular. E também é bom destacar que, nos exemplos acima, sempre tínhamos uma equipe muito interessada na vitória.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Frases espalhadas nos Estádios de Futebol nos tempos de Chumbo



No Estádio do Morumbi, em São Paulo (1983), jogadores do movimento Democracia Corinthiana, exibiram a faixa:

Ganhar ou perder, mas sempre com a Democracia


Os mesmos jogadores do movimento Democracia Corinthiana estamparam em suas camisas:

Dia 15 Vote
Diretas-Já
Eu quero votar para presidente


Influenciados pelo movimento Democracia Corinthiana, nas arquibancadas, os torcedores exibiram a faixa exigindo a abertura política no Brasil:

 Presidente quem escolhe é a gente

segunda-feira, 31 de março de 2014

O time de 94



É bem verdade que a idade não me permitiu ter visto tantas Copas do Mundo, acompanhando lance a lance na medida em que as coisas iam acontecendo. Apesar de que hoje em dia eu posso ter acesso a uma tecnologia suficiente para pesquisar detalhadamente como foi, por exemplo, a atuação da clássica seleção brasileira de 82, que encantou o mundo quando eu ainda não era nascido. Mas das copas que assisti com os olhos bem atentos, posso dizer que já vi a “canarinha” levantar duas taças, coisa que, infelizmente, nem a encantadora seleção de 82 conseguiu.

domingo, 9 de março de 2014

Frases espalhadas pelos estádios


No Estádio dos Aflitos, na Cidade do Recife:

Não irão nos derrubar no apito

No Estádio Canindé, em São Paulo:

Um apito não vai calar o Nordeste

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Vale a pena punir o Garcilaso por culpa da estupidez humana?



E mais uma vez o “real mundo paralelo” do futebol bate nossa porta. Ontem, foi um caso de racismo contra o jogador Tinga do Cruzeiro, no Peru (ver). Vi vários comentários falando que o time peruano deveria ter uma pena dura (talvez até a exclusão do torneio) para servir de exemplo. 

Sinceramente, não tenho uma opinião completamente formada sobre a questão de uma possível punição até por isso uso a interrogação no título. Mas, não vejo uma “punição dura” como algo muito efetivo sobre o problema. Vi que no próprio Garcilaso há negros e também não creio que a maioria do elenco seja racista, então, punir quem “não tem nada a ver” com o caso pela idiotice de terceiros seria justo? 

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A falta que faz um bom "vinotinto"



Para muitos a Copa do Mundo no Brasil está completa, já que todas as "seleções importantes" estarão aqui (incluindo todas as campeãs). Talvez as maiores ausências estejam em jogadores como: Bale, Ibrahimovic, Lewandowski que não conseguiram classificar seus países para o torneio.

Não acho. Mesmo se à França tivesse sido eliminada pela Ucrânia, apesar da grandeza e importância francesa, a maior falta continuaria sendo a Seleção Vinotinto: Venezuela. Deixemos de lado qualquer pré-conceito ou ideologia em relação ao governo venezuelano. Apesar de que, sobre o tema, indico esse texto: A revolução bolivariana do futebol. 

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O que é que o futebol tem a ver com comunicação?




Certa vez estava em uma mesa de bar lá pelas bandas do Centro do Recife, quando, como quase sempre, a discussão sobre futebol entrou na roda. Nessas discussões sempre existem aqueles que defendem ferrenhamente os seus clubes, têm aqueles que são mais sensatos e conseguem discutir de maneira mais sóbria e têm também aqueles que fazem parte da campanha “Eu odeio Futebol”, que odeiam até quando essa discussão entra em campo.

Um desses amigos que fazem parte da campanha contra esse esporte começou a reclamar porque esse debate entrou na roda. Então tentei argumentar com ele que debater sobre a temática não se limitava só em discutir as situações dos clubes, os esquemas táticos, os gols da última rodada, se quem é melhor, Pelé? Ou Maradona? Ou se foi falta ou não naquele lance. Com o futebol podemos discutir preconceito racial e étnico, diversidade sexual, a situação política do país, a história de uma determinada sociedade, filosofia, sociologia, antropologia, dentre vários outros assuntos que podem ser discutidos por meio deste mote. - Entre esses assuntos, podemos discutir até o projeto de Lei de Mídia Democrática – falei para ele. – Pera aí, o que é que o futebol tem a ver com o Projeto de iniciativa popular da Lei de Mídia Democrática? – perguntou.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Futebol é uma religião. Motivo: não tem pátria.



Foto: Bobby Fabisak

Qual é a “pátria da religião?”. O “país da fé?”. Cisjordânia/Israel?, que corresponde atualmente ao território onde nasceu Jesus; Arábia Saudita? Terra de Maomé, principal nome da segunda maior religião do mundo, o Islamismo. Ou até mesmo o Brasil, país com mais cristãos no mundo. Nenhuma das opções. Por ser uma instituição complexa e multicultural, torna-se impossível definir qual nação monopoliza a fé.
 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Humano, demasiado humano

 
foto: gettyimagem

Esses dias reli uma das entrevistas mais interessantes que já vi de uma pessoa no meio do futebol, realizada pelo promissor técnico Fernando Diniz, ex-jogador do Flamengo, Santos, Fluminense e atual treinador do Grêmio Audax. Nela, entre outras coisas, se destaca:

"Eu sofria muito quando era jogador. Não fui um cara que teve felicidade de ser jogador. Era uma coisa que era pra eu adorar, mas esse ambiente profissional de alto nível me trazia muita angústia e sofrimento”.

domingo, 26 de janeiro de 2014

A tribo boa de bola e as ironias do país do futebol


Foto: Raimundo Pacco/Estadão. 

O último dia 12 de Janeiro foi histórico para o futebol brasileiro, mas quase passou em silêncio. Foi a estreia do Gaviões Kyikatejê na primeira divisão do Campeonato Paraense. Assim como a própria competição soa invisível para a mídia comercial, o time também quase foi vítima da mesma falta de atenção, inclusive no momento mais importante da sua trajetória. A partida foi contra o tradicional Paysandu, dentro da casa do adversário. O resultado de 2x1 favoreceu o Papão da Curuzu, mas isso pouco importa. A maior vitória do jogo não consta na súmula e não veio de uma bola estufando as redes. O maior feito do espetáculo foi a conquista inédita e suada dos Gaviões ao entrar para a história como o primeiro clube indígena a se profissionalizar sem perder os vínculos étnicos. 

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Quem disse que não tem volante bom de bola



Muitos pitaqueiros e comentaristas de futebol dizem que volante que é volante tem que ser bruto, alguns até arriscam em afirmar que a posição é inútil. Desculpe, meus amigos, mas não concordo com vocês. Tem muito “trinco” bom de bola por aí. Tenho certeza que vocês só dizem isso porque nunca viram ou nunca prestaram a atenção nos grandes craques que atuam nesta posição.

Os volantes bons de bola podem ser a personificação do futebol-arte e concentrar técnica e habilidade, criação e beleza. Tem muitos jogadores na posição que roubam a bola com classe, que dão passes com categoria e ainda são vibrantes, lutadores, e jogam com muita raça. Jogadores com essas características são de encher os olhos, que pagam ingressos, que fazem você acreditar na beleza do futebol, que faz você acreditar que o estilo poético de jogar ainda estar vivo em meio a todo esse pragmatismo econômico, são jogadores que roubam aplausos e elogios inclusive dos adversários.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Mujica way of life no futebol e na vida.





Ele tem seus bem vividos 78 anos, baixa estatura, usa barbas e é dono de um discreto desapego às coisas materiais. Conduz um Fusca de meio século e dedica parte de seu tempo à agricultura. Foi guerrilheiro pertencente ao grupo Tupamaros no final dos anos 1960 e preso pela ditadura uruguaia. Após a redemocratização nos anos 1980, ajudou a fundar a coalização de centro-esquerda chamada Frente Ampla. Em 2010, tornou-se presidente da República e colocou o país que governa no mapa dos grandes debates internacionais, após ações que reacenderam a esperança da esquerda e da utopia humanista na América Latina. Abriu uma discussão sincera sobre o casamento homossexual, a descriminalização do aborto e a legalização da maconha. Estou falando de José “Pepe” Mujica, presidente do Uruguai, o responsável por uma gestão serena, cuidadosa com o povo, democrata e ousada. O homem é o exemplo que o Brasil precisa na vida, no futebol, na política e na cidadania. 

Confesso ao leitor que não hesitaria, em protestos como os de Junho de 2013, entoar em frente a CBF, com cartaz e megafone, o redentor coro da massa futebolística insatisfeita: “Mujica para presidente da CBF”. Se não o próprio, em virtude do atual cargo que ocupa e da distância de sua chácara em Montevideo até o Rio de Janeiro, que pelos menos servisse de exemplo e fizesse surgir entro nós um perfil tal e qual a sua performance na mais nova ilha utópica da América do Sul. Que inspirasse, mesmo de longe, um amante autentico do futebol aqui no Brasil com as mesmas manias de amar o próximo, compreender diferentes visões de mundo e de ter um profundo desapego ao poder. Já pensou um cara desses na Confederação Brasileira de Futebol? O que ele faria? 

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Quando Bosco foi o melhor goleiro do mundo...


Meus pais não gostam de futebol. Por isso, não nasci numa casa com o “convívio social” propenso a gostar do esporte. Mas, é aquilo, sempre tem um tio (no meu caso dois tios) que levam você para o “mau” caminho. Nesse caso, ser torcedor do Sport (admitam, poderia ser pior).

No entanto, o assunto não é como me tornei, e sim, como era, quando criança, ser torcedor. Comecei a gostar do esporte (e do Sport) lá pelos anos de 98, 99... E nessa época, até por ser goleiro no mirim-a do meu colégio era fã do Bosco (ex-goleiro do Sport). Para mim ele era o maior goleiro do mundo (apesar de que, de fato, ele era um dos melhores do país). Eu nunca tinha ouvido falar no Schmeichel (dinamarquês do Manchester United, em tese, o melhor do mundo naqueles anos), no Oliver Kahn que já se destacava no Bayern, Pagliuca ou até mesmo no Taffarel, esse último, só na Copa de 1998. Na minha “inocência”, o maior do mundo era o Bosco (e aí de quem duvidasse), vibrava com suas defesas e quando fazia as minhas, claro, não titubeava em gritar “Defende Bosco!!!”. Sim, eu queria ser ele.